Nas férias do final do ano passado li, pela primeira vez, a obra O Banquete, de Platão. Sou nova nesse vasto campo da literatura dos grandes pensadores. Mas um dia eu chego lá! Aguardem e confiem!
E lá estou eu lendo O Banquete, e lá estavam eles, os dignos e sábios gregos, reunidos para beber, comer, pensar e dialogar, aliás, como falam bonito os devotados senhores, em?!
Presente estava Sócrates. O velho e sapientíssimo Sócrates! Conversa vai, conversa vem, entre um elogio e outro, resolvem elogiar o deus Amor. E tome eloqüência, falatório interminável... Como dizia um padre conhecido meu, professor de Filosofia da UFES, que ao se deparar com um grupo de paroquianas mais afoitas no falatório, exclamava com um sorrisinho maroto, “parecem um bando de periquitos numa fruteira”. Pois é, apesar da pompa dos nobres gregos, refestelados em seu banquete, tive essa imagem e impressão do tal palavrório, ainda mais por que o vinho, a “marvada pinga” dos gregos, rolava solta.
Enfim, voltemos ao Amor. Depois de discursos animados e eloqüentes os convivas querem ouvir o venelável mestle Sócrates. Imagino que nesse momento ninguém nem respirava, afinal era o home quem iria falar!
E para minha surpresa o que faz o senhor Sócrates?! Toma emprestado o pensamento e o discurso de uma mulher para falar do Amor! Olha que coisa fofa!
Li em uma nota de rodapé, do tradutor da coleção Os Pensadores, que há um forte indício de que a alusão a essa sacerdotisa deveria ser um fato fictício relatado por Sócrates. Mas isso não é relevante! Se o fato é fictício, isso mostra que o imaginário de Sócrates estava impregnado de uma delicada valoração em relação ao sexo feminino! Olha que menino maroto!
Veja como ele começa seu elogio ao Amor: “[...] o discurso que sobre o Amor eu ouvi um dia, de uma mulher de Mantinéia, Diotima, que nesse assunto era entendida e em muitos outros – foi ela que uma vez, porque os atenienses ofereceram sacrifícios para conjurar a peste, fez por dez anos recuar a doença, e era ela que me instruía nas questões de amor – o discurso então que me fez aquela mulher eu tentarei repetir-vos [...]” (PLATÃO, 1996, p. 33) *
Descobri que a Filosofia Antiga não é tão antiga assim. Sócrates colocando em destaque o pensamento de uma mulher é esplendido. Depois dessa to me achando!
E lá estou eu lendo O Banquete, e lá estavam eles, os dignos e sábios gregos, reunidos para beber, comer, pensar e dialogar, aliás, como falam bonito os devotados senhores, em?!
Presente estava Sócrates. O velho e sapientíssimo Sócrates! Conversa vai, conversa vem, entre um elogio e outro, resolvem elogiar o deus Amor. E tome eloqüência, falatório interminável... Como dizia um padre conhecido meu, professor de Filosofia da UFES, que ao se deparar com um grupo de paroquianas mais afoitas no falatório, exclamava com um sorrisinho maroto, “parecem um bando de periquitos numa fruteira”. Pois é, apesar da pompa dos nobres gregos, refestelados em seu banquete, tive essa imagem e impressão do tal palavrório, ainda mais por que o vinho, a “marvada pinga” dos gregos, rolava solta.
Enfim, voltemos ao Amor. Depois de discursos animados e eloqüentes os convivas querem ouvir o venelável mestle Sócrates. Imagino que nesse momento ninguém nem respirava, afinal era o home quem iria falar!
E para minha surpresa o que faz o senhor Sócrates?! Toma emprestado o pensamento e o discurso de uma mulher para falar do Amor! Olha que coisa fofa!
Li em uma nota de rodapé, do tradutor da coleção Os Pensadores, que há um forte indício de que a alusão a essa sacerdotisa deveria ser um fato fictício relatado por Sócrates. Mas isso não é relevante! Se o fato é fictício, isso mostra que o imaginário de Sócrates estava impregnado de uma delicada valoração em relação ao sexo feminino! Olha que menino maroto!
Veja como ele começa seu elogio ao Amor: “[...] o discurso que sobre o Amor eu ouvi um dia, de uma mulher de Mantinéia, Diotima, que nesse assunto era entendida e em muitos outros – foi ela que uma vez, porque os atenienses ofereceram sacrifícios para conjurar a peste, fez por dez anos recuar a doença, e era ela que me instruía nas questões de amor – o discurso então que me fez aquela mulher eu tentarei repetir-vos [...]” (PLATÃO, 1996, p. 33) *
Descobri que a Filosofia Antiga não é tão antiga assim. Sócrates colocando em destaque o pensamento de uma mulher é esplendido. Depois dessa to me achando!
Sócrates era sabidinho, em! Agora não venham me dizer que mulher era coisa de segunda categoria da Grécia Antiga, Sócrates mostrou o contrário!
Izabel Lisboa
*PLATÃO. O banquete. São Paulo: Nova Cultura, 1996
Izabel Lisboa
*PLATÃO. O banquete. São Paulo: Nova Cultura, 1996