domingo, 9 de janeiro de 2011

resgate

aquele que sussurrou poesias
e despertou em mim fantasias
lançou-me à deriva
em um profundo mar
de enseadas nem sempre calmas
de turbulência e agitação
próprias de mares revoltos
castigados por grandes ondas
por nevoeiros e enormes rochedos
era esse o mar...
era esse o mar em que me fez navegar
e eu me fiz valente
juntei forças não sei de onde
[talvez estivessem sempre lá...]
desbravei esse oceano bravio
lugar do inconsciente
lúgubre e sombrio
habitação de seres e deuses
de criaturas bizarras e terríveis
lá não avistava terra alguma
só ilhas movediças
traiçoeiras
convidavam-me à morte
escapei por sorte
sobrevivi
em fabuloso resgate
[não em taboas de salvação
que isso não havia ali]
alcei vôo
nas asas companheiras da solidão
voltei ao abrigo seguro
do meu sereno coração...

Izabel Lisboa


5 comentários:

Antonio José Rodrigues disse...

As profundezas abissais internas, Izabel, tem que ser venciddas, depois que nossos sonhos naufragam, por nós mesmos. Beijos

Brasil Desnudo disse...

Olá, querida Izabel!!

Lindo e profundo seu poema, mas uma vez, você foi fundo nos corações de todos...

Uma ótima semana pra ti, querida IzabeL..

bJS

Marcio RJ

Zatonio Lahud disse...

Beleza!!!

Unknown disse...

Izabel, amei a imagem.
esse mar tão lindo e tão cheio de surpresas.
beijos.

J.F. de Souza disse...

'nas asas companheiras da solidão
voltei ao abrigo seguro
do meu sereno coração...'


esses versos... esses versos...
esses versos me ganharam! =D


adorei!


caí aqui por acaso, fuçando blogs! =)

=*