quarta-feira, 4 de agosto de 2010

sem moldura

um raio de sol escarlate
feriu a boca da noite
o mundo cão farejou o assombro
o corpo
do outro lado da rua
o corpo
o grito
o sangue vivo
no paletó branco de cambraia de linho
um único golpe
uma lâmina afiada
o asfalto vermelho
no ar
um cheiro agradável de pão quentinho
espalhava-se com a aurora

Izabel Lisboa

e amanhã?


no princípio
quando o amor pairava sobre as águas
não havia margens
era só mar
o amor e o mar...

Izabel Lisboa