quinta-feira, 30 de setembro de 2010

como?!
















homens tolos
matam crianças
as interiores... depois as outras...


pensem...
pensem nas crianças
de Auschwitz
de Hiroshima
da Palestina
nas das esquinas
do mundo inteiro
pensem...
como criança
pensem...


homens tolos
matam crianças
as interiores... depois as outras...

Eu só peço à Deus - Mercedes Sosa e Beth Carvalho

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Primeira pedra

A questão não é matar ou não matar Sakineh, a questão é "como matar" Sakineh!!!




Primeira pedra
________________ Verso pra Sakineh




 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nem mesmo a indefinida tese
De morrer pelo orgasmo
Convence-me a atirar
Enfim a pedra
Sequer a consciência
De saber que do meu lado ocidental se mata
Lindamente limpo e sem alarde
Então olho pra você na tela
Olho o que sobrou
Encafifado com suas leis
Que cê nem fez
Na palidez do seu olhar agora
Apagado olhar abandonado
Martírio igual ao seu aqui não vi
Matam com o olhar até
Mas vi aqui
Mulheres malamadas
Não amadas
Subamadas
Desalmadas sem amar
Sem nunca saber o que dizer após o coito
Vou guardar a sua cara
Pra lembrar docê depois das pedras
Se daí se mata por amar
Pois quem aí trairia sem amor?
Daqui se mata pelo tédio
E por falar em tédio
Logo, logo cedo ainda
Antecipam sua sina
Matar de você o que ficou

Depois disso levam seus restos por aí
Rua das bem-nascidas
Se por amar tem que morrer
Que de exemplo sirva
Aí amar quase nem sempre é bom
Por fim
Igual aqui
Aqui amar nunca é sinal de florescer
Então, viver aqui é quase tão igual amar aí
Morre-se vil


Dom Quixote

http://versoeprosa.ning.com/profiles/blogs/primeira-pedra#comments

sábado, 25 de setembro de 2010

É possível filosofar engessado por uma disciplina dentro da "grade" curricular do ensino médio?!

São tantos papéis, né não?! Os radicais radicalizam os ponderados ponderam, os contentes se contentam, os descontentes se descontentam, os equivocados se equivocam, os panfletários panfletam, os verborrágicos verborragizam, os filósofos... Aaaaah, os filósofos!!! Os filósofos fazem algo de especial: filosofam e, claro,
espontaneamente e heroicamente tomam cicuta!!! HuHu!!!

Se é possível filosofar engessado por uma disciplina dentro da "grade" curricular do ensino médio?!

Qual seria o sagrado "lugar" próprio, ou propício, para filosofar? A Ágora? O Jardim de Epicuro? A escola nos tempos da ditadura? A escola contemporânea? A Europa colonialista? Onde se encontra o tal paraíso
perdido???

Mas, será que Sofia se deixa aprisionar ou engessar?! E por outro lado, não seria justamente nas prisões e engessamentos que nasce o ato do filosofar? O que está nas grades curriculares seria A Filosofia "pura e cristalina" (concordo: é impossível), ou apenas um VÁLIDO pretexto para a abertura da possibilidade (ou não) de Sofia se personificar e se fazer amar?!

Não é na condição de encarcerado, preso aos grilhões no fundo da caverna, que ocorre o despertar para outras possibilidades, para o próprio ato do filosofar? Que seja como queria Platão, um libertar-se para a Luz que tudo ilumina, ou, que seja um infindável sair e entrar em cavernas, é na condição de prisioneiro que o raio do ato filosófico acontece, seja na rua, na chuva, na fazenda, ou numa casinha de sapê!!!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

vou-me embora também...

Pasárgada é logo ali... ou pode ser bem aqui
depende da fome ou da hecatombe
trata-se de um lugar imperfeito
a três léguas pra lá do fim do mundo
onde o diabo perdeu as botas
Manoel fincou Bandeira e
Drummond conheceu Raimundo
não é terra prometida
soube que é terra de ninguém
seu rei tem amor pela vida e
trata os amigos como ninguém...

Vou me embora pra Pasárgada

As delícias do Jardim de Epicuro
















http://www.megavideo.com/?d=N99Q9K34

percepções:
A Felicidade é uma conquista!
O sofrimento é uma contingência, e o homem consegue vencê-lo pela postura interior que se desviará da fatalidade pela boa administração interior.

Atomismo: os átomos são partículas invisíveis que caem no vazio. Nessa queda há a possibilidade do "clinâmen", do desvio. Nesse sentido não há uma fatalidade universal como também não há uma passividade do homem diante das divergências; a possibilidade do desvio é a via da liberdade humana em administrar seu próprio destino e alcançar a felicidade almejada (ou possível).

O homem pode e deve administrar seus desejos, já que existem desejos naturais e necessários, mas, também, existem desejos que não são naturais e nem necessários.

Assim, é preciso que exista autenticidade na busca da realização dos desejos naturais e necessários.

O Jardim de Epicuro equipara-se mais a um oásis em meio ao deserto - para reabastecimento das forças no decorrer da "travessia" - do que a um estado de nirvana.

domingo, 19 de setembro de 2010

Santa Casa de Misericórdia [uma da madrugada...]


é um pingo
um pingo de gente
sim, é de gente
mas, parece um bichinho!
bicho não catalogado, isso sim!
magrinho e esmilinguido assim?!
será que vinga?
sei não...
cabe na palma da mão!
e o pai?
a mãe não sabe quem!
miséria pouca é bobagem, em?
ela tem mais sete muleque
e pra dá de cume como será?
ela esmola
e bota eles pra esmolar também
eita mundo cão...
olha, parou de respirá...
nem teve tempo de na vida se agarrá
louvado seja Deus, menos um pra definhá...


Izabel Lisboa

sábado, 18 de setembro de 2010

PÓS-MODERNISMO

In: http://historiadepernambuco.blogspot.com/2010/08/pos-modernismo.html

Pedro Paulo A. Funari & Glaydson José da Silva. Teoria da História. São Paulo, Brasiliense, 2008


_Muito se tem escrito nas últimas décadas sobre o pós-modernismo. Mesmo conceitualmente, tanto os termos "moderno" e "pós-moderno", e seus desdobramentos, assim como as implicações de seus usos foram objetos das mais diversas análises (Anderson, 1999; Harvey, 1992; Jameson, 1997), não conduzindo essas ao estabelecimen¬to de formulações definitivas a respeito do que venham a ser. David Harley observa que quanto ao sentido do termo, talvez só haja concordância em afirmar que o "pós-modernismo" representa alguma espécie de reação ao "modernismo" ou de afastamento dele. A imensa gama de definições e interpretações a esse respeito leva-nos a tratar do tema aqui de maneira breve e introdutória - pelo que nossa proposição orbita somente algumas reflexões em torno do surgimento de uma dada "condição pós-moderna" em meio ao am¬biente historiográfico.


Para Perry Anderson (1999), a idéia de "pós-modernismo" surge pela primeira vez no mundo hispânico, na década de 1930, uma geração antes do seu aparecimento na Inglaterra ou nos Estados Unidos (...), com a pretensão de descrever um refluxo conservador dentro do próprio modernismo, tendo co¬nhecido diferentes conotações nas décadas consecutivas no campo da literatura, das artes e das ciências (vide autores anteriormente citados). É a partir da Filosofia, com a pu¬blicação do livro A condição pós-moderna, de Jean-François Lyotard (1924-1998), em Paris em 1979, que a expressão "pós-moderno" ganha força no âmbito das Ciências Hu¬manas. Para Lyotard (1989) "pós-moderna" é a condição do saber nas sociedades mais desenvolvidas, designando a expressão o estado da cultura após as transformações que afetaram as regras dos jogos da ciência, da literatura e das artes a partir do fim do século XIX. Baseado em A. Touraine defende a hipótese de que o saber muda de estatuto ao mesmo tempo em que as sociedades entram na era dita pós-industrial e as culturas na era dita pós-moderna. Essas mudanças trazem em seu bojo novos paradigmas de compreensão dos homens, das culturas e do mundo, e se configuram de maneira similar nos diversos espaços do conhecimento. A natureza do saber não sai intacta nessa transformação geral. Nessa lógica, dois aspectos podem ser entendidos como definidores da chamada "condição pós-moderna" (ambos críticos da racionalidade iluminista):

1) A "incredulidade em relação às metanarrativas".
2) A "morte dos centros".

Ao primeiro aspecto se liga o descrédito dos grandes discursos e metanarrativas explicadores das experiências humanas e do mundo; ao segundo, a desconfiança em face de todos essencialismos definidores e dos sujeitos universais que os acompanham.


A compreensão desses dois pressupostos, comumente postulados pelas várias vertentes pós-modernas, liga-se ao estabelecimento de alguns preceitos entendidos como "modernos", cuja crise é percebida, epistemologicamente, a partir do fracasso de um dito projeto social iluminista. Caracterizado pela crença no racionalismo e otimismo em relação à ciência e à técnica, advinda do Renascimento do XVI e do Racionalismo do XVII, o ideário iluminista fundará a base das diferentes ciências nos séculos seguintes. Em meio a processos de secularização de algumas sociedades européias, em especial a francesa, a razão iluminista irá eleger como alvos de uma crítica contundente o Estado Absolutista e o Cristianismo. Da religião à razão, da transcendência à imanência, essa passagem é associada às idéias de civilização e progresso, que instaurarão binômios como natural e não natural, ciência e espírito, conteúdo e forma, normal e patológico que se cristalizarão nas sociedades ocidentais e embasarão o solo epistemológico das mais diversas disciplinas. A concepção desenvolvimentista e evolucionista forjada em meio a esse ideário irá nortear as nascentes filosofias da história do século XVII, concebidas a partir de idéias que preconizavam o devir da matéria, a evolução das espécies e o progresso incessante dos seres humanos.


Imbuídas de um marcado pensamento teleológico, essas filosofias irão apregoar a orientação da evolução humana para um fim, com vistas para o desenvolvimento de estados sucessórios e ascendentes e a concretização de etapas definitivas e apoteóticas ao findar desse mesmo desenvolvimento. Preocupados em demonstrar a evolução da humanidade por meio de grandes metanarrativas explicadoras das experiências humanas, pensadores como Comte e Marx irão teorizar, em uma perspectiva crivada pela linearidade, etapas sociais do desenvolvimento humano - seja pelos estados teóricos e a física social de um ou pelos modos de produção do outro. Esses grandes modelos explicativos, ao lado de muitas outras interpretações de fundo holístico da sociedade, passam a ser vistos com suspeição no âmbito das teorias sociais; essa desconfiança fundamenta o que se designou de crise dos paradigmas modernos.


O século XX, com todos os seus avanços científicos, explicitará o fracasso do "ideário iluminista", mostrando a utilização nefasta da ciência que, a título de salvamento da humanidade, muitas vezes pôs e ainda põe em risco essa mesma humanidade. O ideal salvador trouxe, em seu rastro, as grandes guerras mundiais, a ameaça atômica, as autocracias, os colonialismos, os imperialismos, os conflitos étnicos, religiosos, econômicos e sexuais das sociedades não resolvidos, problemas ecológicos potencializados, desemprego, violência, acirramento de desigualdades, miséria, entre outros. As benesses do progresso, quando democratizadas, salvaram a muitos, quando não, o que comumente aconteceu, à eleitos, consolidando uma crudelíssima política elitista, excludente, reforçadora dos cortes sociais. Representando a não concretização de um projeto moderno, iluminista, que retiraria a humanidade da barbárie e a inseriria em sociedades civis perfeitas, completas, o mundo contemporâneo é o loeus das incertezas e indefinições, reflexo da não linearidade anteriormente prevista e da pressão cumulativa de eventos históricos.


Ao lado dessa descrença nos grandes discursos que fundamentaram e legitimaram uma "história universal" figura a falência de categorias ligadas a modelos modernos de sociedade, calcados em acepções essenciais ontológicas como família, homem, mulher, classe, entre outros. Modelos oriundos das necessidades de classificação e naturalização que marcaram as bases do conhecimento científico do século XIX europeu.


Corroendo as bases em que se configurou a modernidade, as ciências, hoje, põem em questão o estatu¬to de verdade da epistemologia iluminista, assim como, também, seus modelos racionalizadores. As vertentes pós-modernas são, em grande medida, responsáveis pela irrupção das desessencializações no cenário científico atual, com um interesse manifesto no caráter de pluralidade dos modos de pensar e agir no mundo, das formas de pensamento e de vida, o que marca um rompimento com o tradicional saber positivo. Na esteira de filósofos como Friedrich Nietzsche (1844-1900), Michel Foucault (1926-1984), Jacques Derrida (1930-2004), principal¬mente, o império da subjetividade assume lugares cada vez mais consolidados em meio às novas epistemologias. Num ambiente intelectual de crise e agonia de modelos empiristas e positivistas, vivencia-se uma crítica contundente à busca pelas origens, ao desejo de verdade histórica e todos essencialismos.
A concepção de verdade iluminista, como algo existente e por ser apreendido, e seus corolários, perde espaço para epistemologias menos pretensiosas que, de uma perspectiva sociocultural, percebe indivíduos e práticas como construções discursivas, conferindo à linguagem e seus meandros importante papel na elaboração dos "fatos" - tanto na esfera da "produção" (de um texto, por exemplo) quanto na da recepção/interpretação. Questões relevantes colocadas pela sociolingüística e pelas diferentes tendências da analítica do discurso (como quem fala? De onde fala? Para quem fala? E como é recebida essa fala etc.) têm auxiliado numa problematizarão maior da idéia de "verdade". Essa concepção discursiva do conhecimento (aqui exemplificada pela tradição textual, mas aplicável aos diferentes suportes documentais para além do texto) é substanciada pela compreensão de uma relação intrínseca entre língua, linguagem e sociedade. Para Helena Nagamine Brandão (1997), nessa relação, o discurso é com-preendido como o efeito de sentido construído no processo de interlocução (opõe-se a uma concepção de língua como mera transmissão de informação). O discurso não é fechado em si mesmo e nem é de domínio exclusivo do locutor, aquilo que se diz significa em relação ao que não se diz, ao lugar social do qual se diz, para quem se diz, em relação a outros discursos.


O lugar ocupado pela linguagem no cenário pós-moderno é, dessa forma, essencial na descentralização dos sujeitos. Não mais "o homem", "a mulher" e "a classe", mas "os homens", "as mulheres", "os indivíduos", "os grupos". Paralelo à falência de velhos modelos normatizadores e essencialistas do humano se dá a constituição de uma história mais democrática, includente, revisionista, mesmo, dos moldes classificadores e domadores do século XIX, instituídos por sujeitos históricos universais europeus, burgueses, colonialistas, brancos, machos e cristãos, que mais não fizeram do que reificar suas próprias experiências. Para o pensamento pós-moderno, grosso modo, a sociedade contemporânea é representativa do esgotamento da modernidade, da desconfiança das verdades absolutas e das grandes generalizações dos discursos totalizantes, tendo feito emergir, às expensas do fim de valores, concepções e modelos tradicionais, outros, e, a partir deles, a constituição de uma nova história, que irá negar a simples relação entre passado e presente, o continuísmo histórico, as origens determinadas e as significações ideais.


Ao postularem a desnaturalização de sujeitos e identidades ontológicos essas novas bases têm contribuído para uma melhor compreensão da pluralidade das experiências, principalmente ao reconhecerem a elaboração de sujeitos e identidades como produtos de forças culturais conflitantes, que operam em meio a jogos de relações de poder marcados pelo conflito. Daí as identidades serem percebidas pela epistemologia pós-moderna como plurais, móveis, diversas, versáteis, descentradas, desunificadas, contrárias, como observou Stuart Hall (2002) à existência de um núcleo interior que emergia pela primeira vez com o nascimento do indivíduo e com ele se desenvolvia, ainda que permanecendo essencialmente o mesmo - contínuo ou "idêntico" a ele - ao longo da existência do indivíduo.


Na trilha desses pressupostos teóricos, "novos" grupos passam a ser incluídos no discurso histórico; novas problemáticas são colocadas por e em relação a esses grupos, em conjunto com práticas que lhes conferem maior visibilidade e fazem coro a mudanças que se operam no meio historiográfico desde pelo menos os anos 70 do século passado. Para Keith Jenkins (2001), não sendo ligado essencialmente à direita, à esquerda ou ao centro, o pós-modernismo não assume uma característica uniforme. E nem é uma prerrogativa da história. O legado de suas mudanças para o meio intelectual é inegável, visto colocarem para debate, ao menos, os dois focos aqui tratados. Na esteira de muitos valores propugnados pelos pós-modernos segue uma ampla reavaliação de discursos, sejam eles da filosofia, da lingüística, política, arte, literatura ou história, conferindo às ciências humanas uma nova configuração epistemológica; configuração essa na qual a História não tem deixado de se inserir.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O resmungão por excelência























aruasetima.wordpress.com   


Subversiva



A poesia
quando chega
não respeita nada.
Nem pai nem mãe.
Quando ela chega
de qualquer de seus abismos
desconhece o Estado e a Sociedade Civil
infringe o Código de Águas
relincha
como puta
nova
em frente ao Palácio da Alvorada.
E só depois
reconsidera: beija
nos olhos os que ganham mal
embala no colo
os que têm sede de felicidade
e de justiça
E promete incendiar o país


Ferreira Gullar

In: http://literal.terra.com.br/ferreira_gullar/porelemesmo/subversiva.shtml?porelemesmo

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Compensações [poema/dilema]
























A prova do ENEM vazou
mas, o Rio vai sediar as Olimpíadas em 2016...
***

Na Baixada Fluminense uma bala perdida atingiu uma mulher grávida
mas, o bebê se salvou...
***
Há algo de podre no reino do “lula molusco”
mas, a “fome é zero”...
***
Já passa de três mil o número de mortos do terremoto na Indonésia
mas, a Ivete deu a luz...
***
Perdi um dente da frente
mas, eu já havia desaprendido a rir...
***
Izabel Lisboa
[outubro/2009]

sábado, 11 de setembro de 2010

The Mask of Zorro

é tão tarde...

Manuela Pinheiro O,Nú-a-janela



tenho saudades
[e]
não tenho saudades...
do sorriso
tenho saudades
da ira no olhar
não tenho saudades
do sabor e cheiro de eros
tenho saudades
do punho esmurrando a mesa
do grito
não tenho saudades
do beijo roubado na escada
tenho saudades
das mentiras e surdinas
não tenho saudades
da impetuosidade amorosa
tenho saudades
da impetuosidade vingativa
não tenho saudades
desse
tenho saudades
daquele
não tenho saudades...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

esquerda volver





















mirando à esquerda
quebrando a direita
com sangue alvejando a bandeira
no topo do coração
***
eis os bravos
os luzeiros
nascidos em tempo de guerra
revolução [ou mesmo eleição]
***
olho de águia
língua amolada
boca afiada
palavra navalha
***
- independência caríssimos?!
nasce desses gritos presos de dor
que espalham-se como ventania
onde impera ditadura e tirania
***
Izabel Lisboa

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Combate ao Racismo no Brasil e no Mundo

























Blogagem coletiva,contra toda espécie de preconceito , destacadamente Contra o Racismo

Data da Blogagem Coletiva:


de 25/09/2010 a 30 /10/2010


Junte-se a nós postando em seu Blog:


-artigos, relatos, denúncias, poesias,contra o Racismo.


In: http://literaciarevistacultural.blogspot.com/ 

PARTICIPE E DIVULGUE!!! 

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

1808, e o resto de nossas vidas















Corre um curumim pelado a gritar: - la vem a Corte...la vem, la vem...
de mala, cangalha e cuia
o rei a coroa e os lordes em desvalida penúria
perucas e montanhas de alfaias
piolhos e maracutaias
cacarecos a encher bornal
deixando às favas Bonaparte e Portugal


Encurtando bem o assunto:
1821,
13 anos após a debandada lusitana,
sob protestos dos que la ficaram,
la se vai de volta o aflito Dom,
retorna o atrapalhado João
ao seu abandonado torrão


O outro,
o Dom bendito,
aquele que por aqui ficou?
berrou:
- Yes, nós temos banana!
- Yes, diga ao Zé (povinho) que eu fico,
que grito e até apito, se no caso isso for preciso...


Sábia sabedoria popular que não falha
quando diz através do dito:
...em terra de (povo) cego
quem tem um olho...(?)grita
...e la se vai o Brasil
às favas...de mala, cangalha e marmita
...mas esse povo grita...alguém ainda duvida?!
***
Izabel Lisboa

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Paulinho da Viola - Filosofia

Por que não?

telenovela é literatura

abobrinha é verdura escrava isaura

é literatura cocada preta é doçura

paulo coelho é literatura leite moça

é gostosura cordel é literatura televisão

é cultura abl é literatura inspiração é

frescura agatha christie é literatura

pimenta malagueta é quentura mpb

é literatura capa dura é leitura gilberto

braga é literatura 0800 é gastura



blablablá é literatura



(A. Zarfeg)



In: http://versoeprosa.ning.com/profiles/blogs/por-que-nao
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Não porque não, oras bolas...e que a metaliteratura continue metendo-se consigo mesma que o negócio nesse mundo cão/literato é cada um no seu quadrado [ou seria no seu redondo?! rs].
Maninho deliciosamente irônico, na mesma linha de provocação vai aí uma perguntinha: qual a diferença [ou a semelhança] entre: Sade, Bocage, Cervantes, de Beauvoir, Nelson Rodrigues... e... Tiririca, Derci Gonçalves, mulher pêra, Pânico na TV, QCQ...?! Dizer que os primeiros são literatos na plenitude dos tempos e os outros são caricatos do FIM DOS TEMPOS não vale, em?!
O filósofo/embusteiro, anti-higiênico, ex-epilético/artista Lobão tenta responder essa questãozinha engendrando uma metafísica enviesada nesse metiê. Vale conferir:

A volta dos deuses embusteiros:
http://www.megavideo.com/?d=N69KCPA5

Beijos, e, não aguarde o próximo capítulo...
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Izabel Lisboa

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

testamento

deixo
provas de amor
um peito aberto
pontas de esperança
fantasias de criança
desejos de plenitude
saudades do meu doce rio
lealdades
desafios
um jeito assim
meio de bem com a vida
um punhado de calma
e de paz
e de inquietação
de toda uma geração

e minha presença
minha passagem
meus passos
e travessias
minha poesia nascente
às vezes poente
mas sempre latente
enfim
minhas lidas
e meu amor pela vida

***
Bel Lisboa

Das Vantagens de Ser Bobo - Clarice Lispector