[Texto
atualizado/reeditado – 07/11/2009]
Conheci no
Colégio de freiras, as tais vias pedagógicas
à antiga de mandar criança “lavar a
boca” quando o desajuizado órgão proferia palavreado de baixo calão; que por
descuido nosso, ou não, feriam os ouvidos santos das devotadas mestras. O
interessante é o uso que fazíamos disso! Quando entediadas (o colégio só
aceitava meninas) com a rígida disciplina de sala de aula proferíamos
propositalmente os tais palavrões, para sermos encaminhadas ao pátio no andar inferior
do colégio para lavarmos a maldita
boca e salvar a alma do fogo da Geena! Bons tempos aqueles! Infringir a “lei”
é excitante, e criança sabe bem disso! Chama-se: fazer arte! Perfeito!!! Uma criança arteira é uma criança esperta!
Contei isso para a turma do 8º ano do ensino fundamental onde concluí um de meus estágios vinculados ao curso de Licenciatura em Filosofia, os alunos arregalaram os olhos espantados e nada disseram, provavelmente riram por dentro, afinal esse é um tipo de infração fichinha diante das infrações que ocorrem hoje em dia em algumas escolas!
Contei isso para a turma do 8º ano do ensino fundamental onde concluí um de meus estágios vinculados ao curso de Licenciatura em Filosofia, os alunos arregalaram os olhos espantados e nada disseram, provavelmente riram por dentro, afinal esse é um tipo de infração fichinha diante das infrações que ocorrem hoje em dia em algumas escolas!
Não narro esse fato por saudosismo,
afinal a violência do “vigiar e punir”, apesar de suas sutilezas, deixou marcas
e traumas terríveis incrustados na alma de gerações inteiras. Mas, como disse
anteriormente, infringir a lei é excitante. É justamente desse impulso de questionar
e transgredir o estabelecido que nascem as revoluções e as significativas mudanças
históricas. Há no jovem, e na criança especialmente, uma energia que impulsiona
a alterar uma determinada ordem vigente. É próprio da juventude questionar e
buscar implantar uma nova ordem permeada por novos valores e desejos de novos
horizontes. O ímpeto dos Movimentos Estudantis, por exemplo, sempre foi fator
decisivo em inúmeras revoluções no mundo inteiro.
No entanto, essa energia, se
canalizada apenas para a violência destrutiva e nada mais, sem ter a reboque
uma reflexão politizada que, além de derrubar valores e dogmas vislumbre e
construa essa almejada nova ordem,
pode levar, não à destruição da ordem vigente que se questiona, mas à própria autodestruição,
à implosão daquilo que é imprescindível para saltos qualitativos na história de
um povo: a força da juventude.
E pelo andar da carruagem...
Matéria de
capa do Jornal A Tribuna de hoje, 07/07/2011:
Pancadaria e ameaça de morte em escolas da grande Vitória.
Um estudante foi agredido por 50 colegas em Cariacica
e, em Vitória, uma menina foi atacada por 15 pessoas. Os casos foram parar na
polícia. Na Serra sindicato afirma que
professores e alunos foram ameaçados de morte.
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Izabel
Lisboa