sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
lúcida loucura
uma inquietação tão grande
um coração que no peito só se expande
aquela certeza que inunda a alma dos navegantes
de que a vida é muito mais do que um fugidio instante
de que existirão ancoradouros
embora distantes
inquietações de gente que sabe ser gente
ecos de histórias distantes
devaneios como os de Dom Quixote de La Mancha
moinhos e redemoinhos de ventos cortantes
idéias e loucuras sãs
da mente livre de Miguel de Cervantes
coisas de viajantes e peregrinos
de gente sem muito tino
que respira a vida num desatino
que vive nas aflições e nos labirintos
gente profundamente gente
de alma e de corpo presente
a perambular
a melodiar
a se encantar...
- quisera ser gente como essa gente...
Izabel Lisboa
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
pé no chão
cabeça nas nuvens
e sabedoria na taça
Zeus não sabe amar
apenas quer ser amado...
pobre e mesquinho deus
velho caduco
imortal infeliz
invejoso dos mortais
que não são...flor de fino trato
como o arrogante olímpico é
simplesmente amam
como a manteiga ama o pão
ou o arroz ama o feijão
o lirismo?!
- foi lamber sabão
Izabel Lisboa
e sabedoria na taça
Zeus não sabe amar
apenas quer ser amado...
pobre e mesquinho deus
velho caduco
imortal infeliz
invejoso dos mortais
que não são...flor de fino trato
como o arrogante olímpico é
simplesmente amam
como a manteiga ama o pão
ou o arroz ama o feijão
o lirismo?!
- foi lamber sabão
Izabel Lisboa
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
alçapão
aprumou-se com esmero
cambraia de linho no terninho
pisante reluzindo no verniz
chapéu coco de ladinho
na lapela um cravinho
água Velva após a barba
brilhantina Guanabara...
- mas a desalmada nem deu as caras...
Izabel Lisboa
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Blogagem coletiva em comemoração ao 1º ano de existência do blog “Sonhar e Ser”
http://www.sonhareser.com.br/2011/02/1-blogagem-coletiva-do-sonhar-e-ser.html
***
A capacidade de sonhar renova em nós:
o sopro de vida que nos fez um dia existir
o sorriso de nossa criança interior
a sabedoria de semear esperança e amor
a capacidade de crescer e conservar no peito
um coração sonhador...
***
Parabéns, Liliane, por esse UM ano de existência do “Sonhar e Ser”!
Continue nos presenteando com esse seu jeito terno e amoroso de dizer e demonstrar que a vida é um dom precioso e que deve ser respeitada e partilhada com dignidade e amor em abundância!
Beijos, muitos e muitos!!!
Izabel
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
domingo, 13 de fevereiro de 2011
que seja então...
talvez a última
quem sabe a penúltima
quantas
muitas
todas sofridas
não merecidas
assim são as lágrimas
as minhas
brotando de um viés sem saída
de uma ótica descabida
impossível de ser diluída
como tristeza incontida
que você nem sentiu
nem viu
por outras vias partiu
foi garimpar teu ouro
acumular teu tesouro
ser feliz ao longe...
- que seja então
Izabel Lisboa
quem sabe a penúltima
quantas
muitas
todas sofridas
não merecidas
assim são as lágrimas
as minhas
brotando de um viés sem saída
de uma ótica descabida
impossível de ser diluída
como tristeza incontida
que você nem sentiu
nem viu
por outras vias partiu
foi garimpar teu ouro
acumular teu tesouro
ser feliz ao longe...
- que seja então
Izabel Lisboa
sábado, 12 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
apocalíptica
suplicavam por repouso
por uma tábua de salvação que fosse
e não encontravam refúgio
restaram somente escombros
pisaram os lírios do campo
com que prazer foram pisoteados
obra de gente infeliz
cavaleiros sem cabeça e sem coração
aquela gralha maldita
ave de rapina e malfazeja
a percorrer as noites de nossos dias
a espalhar agouros persuadindo os homens
ladra funesta
abre suas asas e furta-nos a paz e a luz
atravessando em vôo rasante o breu dos tempos
deixando atrás de si carcaças e carniças
por inveja matar as almas
e com elas a esperança
eis aí tua vingança
e para isso fez alianças
enfeitiçou príncipes
usurpou seus reinos e seus corações
fez deles súditos fiéis e rancorosos
anunciadores de suas parábolas e encantamentos
e assim sua língua correu o mundo
fez discípulos nos quatro cantos da terra
elevou suas torres frondosas nos continentes
erguidas com sangue e suor dos povos
e tu alardeias que não queres vingança
almejas para ti o perdão
e para o mundo tuas lambanças
por fim tu ouvirás então:
a Cesar o que é de Cesar
a Deus o que é de Deus
a areia de dois mil anos caiu pela ampulheta
quando fores tocada tu te renderás
de ti as trevas desaparecerão
o porquê
aquele que manipulas-te
terá pleno desvelamento
ao fim tu alcançarás Sabedoria
e olharás os lírios do campo
que não tecem nem fiam
e verás que nem Salomão se vestiu como um deles...
Izabel Lisboa
por uma tábua de salvação que fosse
e não encontravam refúgio
restaram somente escombros
pisaram os lírios do campo
com que prazer foram pisoteados
obra de gente infeliz
cavaleiros sem cabeça e sem coração
aquela gralha maldita
ave de rapina e malfazeja
a percorrer as noites de nossos dias
a espalhar agouros persuadindo os homens
ladra funesta
abre suas asas e furta-nos a paz e a luz
atravessando em vôo rasante o breu dos tempos
deixando atrás de si carcaças e carniças
por inveja matar as almas
e com elas a esperança
eis aí tua vingança
e para isso fez alianças
enfeitiçou príncipes
usurpou seus reinos e seus corações
fez deles súditos fiéis e rancorosos
anunciadores de suas parábolas e encantamentos
e assim sua língua correu o mundo
fez discípulos nos quatro cantos da terra
elevou suas torres frondosas nos continentes
erguidas com sangue e suor dos povos
e tu alardeias que não queres vingança
almejas para ti o perdão
e para o mundo tuas lambanças
por fim tu ouvirás então:
a Cesar o que é de Cesar
a Deus o que é de Deus
a areia de dois mil anos caiu pela ampulheta
quando fores tocada tu te renderás
de ti as trevas desaparecerão
o porquê
aquele que manipulas-te
terá pleno desvelamento
ao fim tu alcançarás Sabedoria
e olharás os lírios do campo
que não tecem nem fiam
e verás que nem Salomão se vestiu como um deles...
Izabel Lisboa
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Ótimo esse Café Filosófico!!!
http://video.google.com/videoplay?docid=4511918830476887167&hl=en#
Agir contra o destino - Antonio Medina Rodrigues:
***
É possível lutar contra o nosso destino? Exercemos alguma influência sobre o acaso? Tais questionamentos compõem o discurso de Antonio Medina Rodrigues, que contrapõe o conceito de "fatalidade" ao "conjunto universal de transformações". Este último seria formado pelos seguintes elementos: acaso, surpresa, imprevisão e práxis humana. Para o especialista em tragédia grega, seria um equívoco pensar que o homem nada pode fazer contra o desígnio divino. "Este foi o primeiro grito de liberdade do ocidente: a libertação pelo êxtase. Viver sem levar em conta as determinações divinas". Antonio Medina Rodrigues: professor de Língua e Literatura Grega da USP, tradutor, ensaísta e poeta. Autor de As Utopias Gregas, Idéias e Canto do Destino e Outros Cantos é também o responsável pela edição da tradução de Odisséia, de Homero, realizada por Manuel Odorico Mendes. O programa Café Filosófico é uma produção da TV Cultura em parceria com a CPFL Energia.
http://video.google.com/videoplay?docid=4511918830476887167&hl=en#
Agir contra o destino - Antonio Medina Rodrigues:
***
É possível lutar contra o nosso destino? Exercemos alguma influência sobre o acaso? Tais questionamentos compõem o discurso de Antonio Medina Rodrigues, que contrapõe o conceito de "fatalidade" ao "conjunto universal de transformações". Este último seria formado pelos seguintes elementos: acaso, surpresa, imprevisão e práxis humana. Para o especialista em tragédia grega, seria um equívoco pensar que o homem nada pode fazer contra o desígnio divino. "Este foi o primeiro grito de liberdade do ocidente: a libertação pelo êxtase. Viver sem levar em conta as determinações divinas". Antonio Medina Rodrigues: professor de Língua e Literatura Grega da USP, tradutor, ensaísta e poeta. Autor de As Utopias Gregas, Idéias e Canto do Destino e Outros Cantos é também o responsável pela edição da tradução de Odisséia, de Homero, realizada por Manuel Odorico Mendes. O programa Café Filosófico é uma produção da TV Cultura em parceria com a CPFL Energia.
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