amarrei o ódio num canto de mim
tranquei a sete chaves
algemei amordacei...
queria calar o mal[dito]
mas o bicho era tinhoso
tinha caraminholas na cachola
e foi fervendo e tentando
derreter as amarras
debateu-se sangrou
grunhiu vociferou
reprimi resisti
algo em mim era contrário a isso
desejos contraditórios
fervilhavam por dentro
forçavam as portas...
desejos de arrombamento
[era o ódio tramando agir]
fingi que não vi
ignorei
cantarolei um blues
e parti
quando voltei...
nem sinal do infeliz...
[se não abriu feridas
não deixou cicatriz]
Izabel Lisboa
Um comentário:
Querida Izabel
Maravilha ler este lindo texto.
Hoje me encontro nesta briga, uma luta dentro de mim mesma.
Tomara que no fim , nem encontre mais o infeliz.
De cicatriz não tenho medo, só cansei das feridas que algumas situações nos causam.
Pra variar, só posso dizer. Que bom estar aqui, dando carinho e cuidado pra minha alma.
Um beijo e um abraço do tamanho do mundo.
Bom dia.
Postar um comentário