sábado, 14 de agosto de 2010

do lodo, a flor...

















do lodo, a flor...

salve arte poética!
que brota dos esgotos
dos ralos
das fossas existenciais

uma roseira há de brotar do lodo
lírios haverão de florir no limbo
um jardim surgirá do lixo
flores miúdas cobrirão o escorregadio limo

ah! poesia salvífica!
faxineira bendita das almas
dos poetas ditos malditos
das meretrizes devassas

poesia carpideira
que vela sobre almas moribundas
que penetra frestas e rachaduras
de feridas abertas sem brandura



salve arte poética adubada pela dor...!

 
Izabel Lisboa

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