segunda-feira, 18 de outubro de 2010

ir morrendo

fincar raízes em uma terra estranha
carregando força e coragem nas entranhas
caminhando sem vínculos como os malabaristas
ainda assim
não pertencendo ao bando dos pessimistas
vivendo a dor sem cansaço
encarando de frente os embaraços
enfrentando de sol a sol terríveis impasses
rejeitando com firmeza os remédios fáceis
noite escura
medo frio solidão
estranha combinação
caminhos para trilhar sozinha
caminhos cercados de abismos
lama pedras e espinhos
sem escolhas ter sempre que ir
ir morrendo
sangrando
doendo
aprendendo
o gozo e a dor de existir

Um comentário:

Antonio José Rodrigues disse...

Os três primeiros versos, Izabel, pertencem a minha biografia. Como vc os conseguiu? Com um pouco de ousadia, mudei o título para "ir vivendo". Beijos