segunda-feira, 15 de novembro de 2010

eram tantas... e nenhuma

quantas pudesse ter
quantas pudessem ser
jovens e maduras
brejeiras e faceiras...
em cada uma delas um encanto
dos quais restaram apenas fugidias lembranças
como a névoa embaçada do cais
como portos visitados e abandonados
delas restaram apenas resquícios na memória
apenas suspiros... ou talvez nem isso
lembranças que surgem em noites de frio e nostalgia
quando a solidão nos aprisiona em seus porões sombrios
onde estaria aquela que seria a única
que concentraria o encanto de todas
que envolveria seu coração
com suave essência de terno amor
e a simplicidade das flores do campo
que o amaria e compreenderia para além das folias
mesmo nas terríveis noites frias de nostalgia
nas coisas mais miúdas do dia a dia
ou nas mais graúdas de noite a noite
e mesmo quando fosse impossível amá-lo
ela lançaria um olhar amoroso
sobre a tragédia de suas dores existenciais
e ainda assim o amaria
talvez ela já tenha estado em seus braços...
passou por ele... e ele não a notou...
ávido de querer a todas...
buscando em cada uma delas um seixo de ouro

e no entanto
ele esteve com a preciosa jóia entre as mãos...
e nem notou...

só o vazio
o passado
as memórias
as lembranças...

foi tudo o que enfim restou...


Izabel Lisboa

2 comentários:

Antonio José Rodrigues disse...

Pois é, Izabel, "só o vazio, o passado, as memórias e as lembranças..." foi o que se salvou do meu casamento. Beijos nostálgicos

Izabel Lisboa disse...

Olá Antonio, realmente, separações são experiências tão doloridas e deixam marcas tão profundas... Mas, também, deixam um ótimo aprendizado: tornamo-nos mais maduros e buscamos evitar aquilo que nos fez sofrer.

Obrigada pelo comentário! Beijos!
Bel