sábado, 26 de março de 2011

galope

a palavra nascida de um ventre livre
galopa em meio a vida
corre solta desembestada
cavalga o tempo em frenesi
enlaçada ao lombo esguio e suado
de uma fogosa potranca nua

não leva consigo os fardos
como levam os dorsos das mulas
é livre e não tem amarras
carrega altiva bravura
lateja... pulsa inquieta
despe a alma... convoca e impõem o poeta

se não for bradada ao mundo... estremecerá
sufocada se debaterá
aprisionada se libertará
nunca arrefecerá...
da crina da potranca não desatará
enquanto aos quatro cantos não chegar


Izabel Lisboa

2 comentários:

Tuca Zamagna disse...

Sua
"palavra nascida de um ventre livre
galopa em meio a vida
corre solta desembestada
cavalga o tempo em frenesi
enlaçada ao lombo esguio e suado
de uma fogosa potranca nua"

tornou leve como uma sílaba de plumagem
os fardos da mula aqui! rsrs

Beijos

P.S.: Posso lhe enviar a erva que o bruxo Obamobidê da Mafalala pita. Mas vou logo avisando: é feita de semente de fedegosa. Um traguinho e o hálito da gente já cheira mais brabo que banheiro de boteco no carnaval!

Izabel Lisboa disse...

Quero pitá fedegosa não, Tuca! Afinal as coisas não andam tão mal assim pro meu ladinho...nada que um bom banho quente e uma boa noite de sono não resolvam... rsrs
Beijo, sabor hortelã! rsrs