domingo, 15 de maio de 2011

Para que janelas numa casa tão arejada?!

Enorme gentileza a de António Cabrita em enviar-me uma carta/resposta através de seu blog: http://raposasasul.blogspot.com/2011/05/carta-izabel-lisboa.html.
Trata-se de uma tréplica direcionada ao meu texto fast food & talibãs‏.

Fiz algumas considerações sobre:

- Enfim, no cerne da questão está o: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come... Ou seria – em se tratando de talibãs e ianques: se correr o bicho explode, se ficar o bicho invade?! “ou não!”, como diria Caetano Veloso. Há uma terceira via, nos sugere Cabrita, nada fácil, mas há: abrem-se as possibilidades dos arquipélagos, e isso tem perfume de flores novas brotando em novos jardins! No entanto, toda atenção é pouca: abismos – a que nos levam identidades assassinas tomadas como essência – é o que não falta para dissipar o singular aroma da alteridade... e, num piscar de olhos, lá se vai o rebanho rolando abismo abaixo movido pelo empurrão da intolerância...

- Percebi certa postura defensiva quando António Cabrita diz de sua ida para Maputo/Moçambique, como se tivesse tomado minhas considerações em relação aos conquistadores europeus nos tempos do Brasil colônia, como sendo uma crítica às suas investidas e conquistas pessoais no continente africano. Todavia nem me passou pela cabeça tal comparação, estava comparando, sim e tão somente, as estratégias dos antigos conquistadores europeus com as estratégias dos contemporâneos conquistadores ianques, não fazendo nenhuma correlação com as escolhas pessoais de Cabrita, que por sinal admiro muito e, até sinto uma salutar invejazinha... Quisera eu ter sua disposição, competência e coragem de largar, não somente o conforto europeu, mas a família e amigos, para abraçar a árdua, talvez lúdica, condição de estrangeiro em terras d’África!

- A intelectualidade de Rio e S Paulo sempre padeceu dessa surdez de que fala Cabrita; efeito colateral da mesquinhez que arromba o coração dos homens e que me leva a considerar que não só a Sociedade Ocidental, mas todos os homens, em todos os tempos, não tem o exclusivo do Mal, mas, também, não fazem o almejado Bem quando estão obsessivamente fixados em seus próprios umbigos. Santo Agostinho em muito acrescenta a Sócrates quando introduz a dimensão da importância da vontade quando se trata de fazer o Bem. Nietzsche aniquila os dois de forma ácida, mas isso é outra história para uma outra hora.

- Olhando a imagem, janela por Pancho Guedes, que Cabrita posta junto ao texto, de pronto questionei: Para que janelas numa casa tão arejada?! De pronto respondi: para debruçar-se nelas, ora! Questionei ainda: Para que as grades?! Respondi: para exercícios de libertação, ora!!! rsrs
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Abraços a António Cabrita e meus agradecimentos pelo carinho e pela preciosa e gentil atenção!
Izabel Lisboa


 

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