eu vi
um cidadão do mundo
falando de solidão
num café em Paris
eu vi
um cidadão do mundo
mendigando no calçadão
roendo um pedaço de pão
eu vi
um cidadão do mundo
reclamando seu quinhão
num programa de calouros da televisão
eu vi
um cidadão do mundo
no boteco tomando cachaça
gastando seu último tostão
eu vi
um cidadão do mundo
corpo e alma em inquietação
sendo apenas mais um na perdida multidão
Izabel Lisboa
4 comentários:
Minha querida
Infinitamente triste...infelizmente verdadeiro, um poema maravilhoso que adorei ler e deixo um beijinho.
Sonhadora
Vi a escola
ensinando uma educação
cidadã
para os filhos dos operários
para os meninos da periferia
para a menina de programa
Li sua cartilha solidaria
seus ensinamentos democráticos
seus princípios constitucionais
sua pedagogia da libertação
educação para todos
direito ao voto universal
tratamento igualitário
Quando sai da escola
vi um menino tomando ópio
li o poema caleidoscópio
da poeta Isabel Pessoa
uma foto do Che Guevara
morto
numa banca de jornal
Um mendigo pedido pão
realmente
enquanto abria o sinal.
Luiz Alfredo – poeta.
eu vi
uma cidadã do mundo
tecer palavras com a própria mão
para despertar sentidos no meu coração
beijos, doce Izabel!
Beijos e obrigada pelos comentários!
Postar um comentário