domingo, 17 de abril de 2011

de Lisboa à Vera Cruz



ser Lisboa...
Pessoa
lusitana
mais que além mar
sobre cascos de caravelas
inundar o Atlântico
em prantos
não querendo ir
não podendo ficar
para não esquecer os poetas de cá:
doce seria morrer no mar...
entre pátrias
entre vagas e borrascas
gaivotas e fragatas
entre pátrias amadas
fados e pagodes
descobrindo Brasis
recitando Camões
desmascarando Cabrais
resgatando Portugais
mundo velho
novo mundo
por aqui
por lá
lusitanamente
brasileiramente
mamelucamente
ser...

Izabel Lisboa

5 comentários:

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida

Um poema forte e lindo...adorei e deixo um beijinho.

Sonhadora

Anônimo disse...

Sabe poeta
agora você foi além mar
que poema!
uma viagem além da Taprobana
prá lá de Vera Cruz
contradição ontológica do ser
que quer mergular no atlântico
que quer ficar na terra do sabia
poeta seu poema
me deixou atordoado
encamoniado de versos lusitanos
perdido nos alvaros campos além mar
afogado nos gonçalves dias brasilis
poema em forma branca
como as velas ao vento tropical
das caravelas dos cabrais
que arriscaram mitos
trairam bulas
e vieram com seus poemas
lingua morna linda
plantar doces canaviais
deixando poetas atordoados
apaixonadas como voce
que quer voltar
que quer ficar
e faz estes poemas
embriagada de vinhos lusitanos
aguardentes brasilis
deixando agente atordoado
afogado em tantos poemas
de pessoas bulões pato espancas
completamente perdido
com este poema arrebatado.

Luiz Alfredo - poeta.

Izabel Lisboa disse...

Querida sonhadora, obrigada e beijos afetuosos!

Luiz, você é realmente intenso, em verso e prosa! Um beijo e obrigada pelos carinhos!!!

- Sou neta de portugueses e índios – mamelucos – e essa herança me trás uma imensa alegria!

Anônimo disse...

Tua verve mameluca atira dardos envenenados
de poemas lusitanos
que nos deixa insanos
escreve versos com tua pena abaporu
ancestrais cantos de uirapuru
versos de aguas cristalina do tejo
fados de lua cheia
poeta mui guapa
da terra daqui
sem ninguem esperar
explode que nem vulcão
é puro ventre embebido de lava
ardente reluzente
em poemas de pura paixão
poeta que ainda acredita no belo
dando forma a uma poiesis
com a razão
mas a essencia é pura emoção
aí perde o logos/perde a noção.

Luiz Alfredo - poeta

Izabel Lisboa disse...

Lindo, Luiz! Obrigada! Beijos, muitos!