domingo, 27 de março de 2011

sem moldura














MANABU MABE/ acrilica sobre tela

um raio de sol escarlate
feriu a boca da noite
o mundo cão farejou o assombro
o corpo
do outro lado da rua
o corpo
o grito
o sangue vivo
no paletó branco de cambraia de linho
um único golpe
uma lâmina afiada
o asfalto vermelho
no ar
um cheiro agradável de pão quentinho
espalhava-se com a aurora


Izabel Lisboa

2 comentários:

Antonio José Rodrigues disse...

Infelizmente, Izabel, é a dinâmica da vida. Beijos

Anônimo disse...

Teu poema supera o metal o sangue no linho
mostrando o fermento refazendo a vida
o aroma do pão quentinho espalhado na aurora
a poesia tem a capacidade de refazer a vida
nosso tragico cotidiano
nossos corações violentos
na dialetica do pão
num momento de luz do sol
que momento poetico ontologico
lembrei do menino de sua mãe
do Fernando Pessoa
a morte não o deixou voltar pra
casa
mas o poema trago na memoria
como agora o aroma do seu pão
assado na aurora
Abraços poeticos - Izabel.

Luiz Alfredo - poeta.