terça-feira, 12 de abril de 2011
apetrechos e cangalhas
o dotô sabe das coisa
é letrado nos conhecimento
eu, de minha parte
aprendi a vida no lombo de um jumento
levando caçuás na canga
e sol à queimar as venta
quem sabe num era eu o bicho
que devia servir de assento
ao invés do pobre jumento?!
Izabel Lisboa
sábado, 9 de abril de 2011
quinta-feira, 7 de abril de 2011
terça-feira, 5 de abril de 2011
é
um fio de suspiro
com hálito de vida
uma pequena janela da alma
donde se debruçam olhares
um minúsculo grão de areia
com jeito nobre de esperança
um bater de asas de colibri
onde as almas se refrescam
um contínuo aperto no peito
que nas ausências inunda os leitos
um não sei que com jeito de dor
que os poetas chamam: amor
Izabel Lisboa
domingo, 3 de abril de 2011
quinta-feira, 31 de março de 2011
o pior cego...
máscaras gastas
não escondem a mesmice de sempre
onde tudo é nada
onde tudo é fuga
pela porta dos fundos
ou por buracos de esgoto
onde lixo e luxo se devoram
regados a vinho tinto
sob a luz de velas brancas
[enquanto]do lado de fora
homens morrem dormentes
carregando no lombo as dores
de contemporâneos quilombos
e para muito além
de onde a vista alcança
a manada pasta
[despreocupada]
desavisada à beira do precipício
cozinhando em banho-maria
[a vida]
ao sol de qualquer meio dia
***
Izabel Lisboa
quarta-feira, 30 de março de 2011
poético cio
afrodisíaco para o poeta
a poética exala feromônio
excita-lhe um sexto sentido
aguça-lhe a imaginação e
ele despe a palavra
sussurra adjetivos sugestivos
ao pé de seu ouvido
acaricia beija ama
entre os quatro cantos da página
faz um leito
a métrica sucumbi
na cadência rítmica
da cópula
do gozo...
o poema
Izabel Lisboa
domingo, 27 de março de 2011
sem moldura
MANABU MABE/ acrilica sobre tela
um raio de sol escarlate
feriu a boca da noite
o mundo cão farejou o assombro
o corpo
do outro lado da rua
o corpo
o grito
o sangue vivo
no paletó branco de cambraia de linho
um único golpe
uma lâmina afiada
o asfalto vermelho
no ar
um cheiro agradável de pão quentinho
espalhava-se com a aurora
Izabel Lisboa
sábado, 26 de março de 2011
galope
a palavra nascida de um ventre livre
galopa em meio a vida
corre solta desembestada
cavalga o tempo em frenesi
enlaçada ao lombo esguio e suado
de uma fogosa potranca nua
não leva consigo os fardos
como levam os dorsos das mulas
é livre e não tem amarras
carrega altiva bravura
lateja... pulsa inquieta
despe a alma... convoca e impõem o poeta
se não for bradada ao mundo... estremecerá
sufocada se debaterá
aprisionada se libertará
nunca arrefecerá...
da crina da potranca não desatará
enquanto aos quatro cantos não chegar
Izabel Lisboa
galopa em meio a vida
corre solta desembestada
cavalga o tempo em frenesi
enlaçada ao lombo esguio e suado
de uma fogosa potranca nua
não leva consigo os fardos
como levam os dorsos das mulas
é livre e não tem amarras
carrega altiva bravura
lateja... pulsa inquieta
despe a alma... convoca e impõem o poeta
se não for bradada ao mundo... estremecerá
sufocada se debaterá
aprisionada se libertará
nunca arrefecerá...
da crina da potranca não desatará
enquanto aos quatro cantos não chegar
Izabel Lisboa
quarta-feira, 23 de março de 2011
segunda-feira, 21 de março de 2011
acúmulo
sorrir já não me é leve
passei os últimos quarenta dias no deserto
[ou foram anos?]
no inverno sol de rachar
no verão geada
no cantil reserva de lágrimas
[recurso de sobrevivência para camelos]
passada a tempestade
renunciei à bonança
piquei a mula
dei uma guinada
[180º foi suficiente]
- engano seu...
do subsolo não restaram somente memórias...
escoriações sequelas e coisa e tal
agora ...
sorrir já não me é leve...
da boca só quero o céu
Izabel Lisboa
sorrir já não me é leve
passei os últimos quarenta dias no deserto
[ou foram anos?]
no inverno sol de rachar
no verão geada
no cantil reserva de lágrimas
[recurso de sobrevivência para camelos]
passada a tempestade
renunciei à bonança
piquei a mula
dei uma guinada
[180º foi suficiente]
- engano seu...
do subsolo não restaram somente memórias...
escoriações sequelas e coisa e tal
agora ...
sorrir já não me é leve...
da boca só quero o céu
Izabel Lisboa
sábado, 19 de março de 2011
terça-feira, 15 de março de 2011
domingo, 13 de março de 2011
Japão - Silêncio e luto
Desde o terrível terremoto ocorrido no Japão busco palavras para expressar meu espanto! Tentei escrever um poema, mas palavras e versos (pelo menos os meus) me pareceram pequenos demais diante tamanha dor... Diante do terror de catástrofe tão pavorosa, e num profundo pesar e respeito ao povo japonês, tenho estado perplexa e emudecida...!
静けさと喪に服して
(Silêncio e luto)
静けさと喪に服して
(Silêncio e luto)
quinta-feira, 10 de março de 2011
Dulcinea sem Dom
Dulcinea del Toboso, by Charles RobeDulcrt Leslie
mira mais de perto e atentamente
aproxima teu olhar de minha tragicomédia
encosta teu ouvido nas paredes de meu peito aberto
e ouve do outro lado dessa frágil fortaleza
os rumores de uma sangrenta guerra santa
alcancei a tal curva do caminho
aquele ponto extremo onde não há mais volta
revolta tampouco me abaterá
ali simplesmente baila-se suavemente uma valsa fúnebre
ali onde a esperança e a morte são amantes
por mim eu não teria chegado a tanto
mas levaram embora meu Dom Quixote
prenderam meu salvador numa camisa de força
louco, louco, louco, bradavam aqueles sábios senhores
eu bem que avisei que sem ele a lucidez me enlouqueceria...
Izabel Lisboa
terça-feira, 8 de março de 2011
8 de março - Dia Internacional da Mulher
"Maria, Maria
É um dom, uma certa magia
Uma força que nos liberta
Uma mulher que merece
Viver e amar
Como outra qualquer
Do Planeta..."
(Milton Nascimento)
segunda-feira, 7 de março de 2011
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
lúcida loucura
uma inquietação tão grande
um coração que no peito só se expande
aquela certeza que inunda a alma dos navegantes
de que a vida é muito mais do que um fugidio instante
de que existirão ancoradouros
embora distantes
inquietações de gente que sabe ser gente
ecos de histórias distantes
devaneios como os de Dom Quixote de La Mancha
moinhos e redemoinhos de ventos cortantes
idéias e loucuras sãs
da mente livre de Miguel de Cervantes
coisas de viajantes e peregrinos
de gente sem muito tino
que respira a vida num desatino
que vive nas aflições e nos labirintos
gente profundamente gente
de alma e de corpo presente
a perambular
a melodiar
a se encantar...
- quisera ser gente como essa gente...
Izabel Lisboa
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
pé no chão
cabeça nas nuvens
e sabedoria na taça
Zeus não sabe amar
apenas quer ser amado...
pobre e mesquinho deus
velho caduco
imortal infeliz
invejoso dos mortais
que não são...flor de fino trato
como o arrogante olímpico é
simplesmente amam
como a manteiga ama o pão
ou o arroz ama o feijão
o lirismo?!
- foi lamber sabão
Izabel Lisboa
e sabedoria na taça
Zeus não sabe amar
apenas quer ser amado...
pobre e mesquinho deus
velho caduco
imortal infeliz
invejoso dos mortais
que não são...flor de fino trato
como o arrogante olímpico é
simplesmente amam
como a manteiga ama o pão
ou o arroz ama o feijão
o lirismo?!
- foi lamber sabão
Izabel Lisboa
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
alçapão
aprumou-se com esmero
cambraia de linho no terninho
pisante reluzindo no verniz
chapéu coco de ladinho
na lapela um cravinho
água Velva após a barba
brilhantina Guanabara...
- mas a desalmada nem deu as caras...
Izabel Lisboa
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Blogagem coletiva em comemoração ao 1º ano de existência do blog “Sonhar e Ser”
http://www.sonhareser.com.br/2011/02/1-blogagem-coletiva-do-sonhar-e-ser.html
***
A capacidade de sonhar renova em nós:
o sopro de vida que nos fez um dia existir
o sorriso de nossa criança interior
a sabedoria de semear esperança e amor
a capacidade de crescer e conservar no peito
um coração sonhador...
***
Parabéns, Liliane, por esse UM ano de existência do “Sonhar e Ser”!
Continue nos presenteando com esse seu jeito terno e amoroso de dizer e demonstrar que a vida é um dom precioso e que deve ser respeitada e partilhada com dignidade e amor em abundância!
Beijos, muitos e muitos!!!
Izabel
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
domingo, 13 de fevereiro de 2011
que seja então...
talvez a última
quem sabe a penúltima
quantas
muitas
todas sofridas
não merecidas
assim são as lágrimas
as minhas
brotando de um viés sem saída
de uma ótica descabida
impossível de ser diluída
como tristeza incontida
que você nem sentiu
nem viu
por outras vias partiu
foi garimpar teu ouro
acumular teu tesouro
ser feliz ao longe...
- que seja então
Izabel Lisboa
quem sabe a penúltima
quantas
muitas
todas sofridas
não merecidas
assim são as lágrimas
as minhas
brotando de um viés sem saída
de uma ótica descabida
impossível de ser diluída
como tristeza incontida
que você nem sentiu
nem viu
por outras vias partiu
foi garimpar teu ouro
acumular teu tesouro
ser feliz ao longe...
- que seja então
Izabel Lisboa
sábado, 12 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
apocalíptica
suplicavam por repouso
por uma tábua de salvação que fosse
e não encontravam refúgio
restaram somente escombros
pisaram os lírios do campo
com que prazer foram pisoteados
obra de gente infeliz
cavaleiros sem cabeça e sem coração
aquela gralha maldita
ave de rapina e malfazeja
a percorrer as noites de nossos dias
a espalhar agouros persuadindo os homens
ladra funesta
abre suas asas e furta-nos a paz e a luz
atravessando em vôo rasante o breu dos tempos
deixando atrás de si carcaças e carniças
por inveja matar as almas
e com elas a esperança
eis aí tua vingança
e para isso fez alianças
enfeitiçou príncipes
usurpou seus reinos e seus corações
fez deles súditos fiéis e rancorosos
anunciadores de suas parábolas e encantamentos
e assim sua língua correu o mundo
fez discípulos nos quatro cantos da terra
elevou suas torres frondosas nos continentes
erguidas com sangue e suor dos povos
e tu alardeias que não queres vingança
almejas para ti o perdão
e para o mundo tuas lambanças
por fim tu ouvirás então:
a Cesar o que é de Cesar
a Deus o que é de Deus
a areia de dois mil anos caiu pela ampulheta
quando fores tocada tu te renderás
de ti as trevas desaparecerão
o porquê
aquele que manipulas-te
terá pleno desvelamento
ao fim tu alcançarás Sabedoria
e olharás os lírios do campo
que não tecem nem fiam
e verás que nem Salomão se vestiu como um deles...
Izabel Lisboa
por uma tábua de salvação que fosse
e não encontravam refúgio
restaram somente escombros
pisaram os lírios do campo
com que prazer foram pisoteados
obra de gente infeliz
cavaleiros sem cabeça e sem coração
aquela gralha maldita
ave de rapina e malfazeja
a percorrer as noites de nossos dias
a espalhar agouros persuadindo os homens
ladra funesta
abre suas asas e furta-nos a paz e a luz
atravessando em vôo rasante o breu dos tempos
deixando atrás de si carcaças e carniças
por inveja matar as almas
e com elas a esperança
eis aí tua vingança
e para isso fez alianças
enfeitiçou príncipes
usurpou seus reinos e seus corações
fez deles súditos fiéis e rancorosos
anunciadores de suas parábolas e encantamentos
e assim sua língua correu o mundo
fez discípulos nos quatro cantos da terra
elevou suas torres frondosas nos continentes
erguidas com sangue e suor dos povos
e tu alardeias que não queres vingança
almejas para ti o perdão
e para o mundo tuas lambanças
por fim tu ouvirás então:
a Cesar o que é de Cesar
a Deus o que é de Deus
a areia de dois mil anos caiu pela ampulheta
quando fores tocada tu te renderás
de ti as trevas desaparecerão
o porquê
aquele que manipulas-te
terá pleno desvelamento
ao fim tu alcançarás Sabedoria
e olharás os lírios do campo
que não tecem nem fiam
e verás que nem Salomão se vestiu como um deles...
Izabel Lisboa
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Ótimo esse Café Filosófico!!!
http://video.google.com/videoplay?docid=4511918830476887167&hl=en#
Agir contra o destino - Antonio Medina Rodrigues:
***
É possível lutar contra o nosso destino? Exercemos alguma influência sobre o acaso? Tais questionamentos compõem o discurso de Antonio Medina Rodrigues, que contrapõe o conceito de "fatalidade" ao "conjunto universal de transformações". Este último seria formado pelos seguintes elementos: acaso, surpresa, imprevisão e práxis humana. Para o especialista em tragédia grega, seria um equívoco pensar que o homem nada pode fazer contra o desígnio divino. "Este foi o primeiro grito de liberdade do ocidente: a libertação pelo êxtase. Viver sem levar em conta as determinações divinas". Antonio Medina Rodrigues: professor de Língua e Literatura Grega da USP, tradutor, ensaísta e poeta. Autor de As Utopias Gregas, Idéias e Canto do Destino e Outros Cantos é também o responsável pela edição da tradução de Odisséia, de Homero, realizada por Manuel Odorico Mendes. O programa Café Filosófico é uma produção da TV Cultura em parceria com a CPFL Energia.
http://video.google.com/videoplay?docid=4511918830476887167&hl=en#
Agir contra o destino - Antonio Medina Rodrigues:
***
É possível lutar contra o nosso destino? Exercemos alguma influência sobre o acaso? Tais questionamentos compõem o discurso de Antonio Medina Rodrigues, que contrapõe o conceito de "fatalidade" ao "conjunto universal de transformações". Este último seria formado pelos seguintes elementos: acaso, surpresa, imprevisão e práxis humana. Para o especialista em tragédia grega, seria um equívoco pensar que o homem nada pode fazer contra o desígnio divino. "Este foi o primeiro grito de liberdade do ocidente: a libertação pelo êxtase. Viver sem levar em conta as determinações divinas". Antonio Medina Rodrigues: professor de Língua e Literatura Grega da USP, tradutor, ensaísta e poeta. Autor de As Utopias Gregas, Idéias e Canto do Destino e Outros Cantos é também o responsável pela edição da tradução de Odisséia, de Homero, realizada por Manuel Odorico Mendes. O programa Café Filosófico é uma produção da TV Cultura em parceria com a CPFL Energia.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
engano
cai a noite
sempre cai...
está frio
muito frio...
três da madrugada
a solidão está sentada ao pé da cama
e nem sinal do sol
vou levando
em banho-maria
eu aguento...
está tudo bem
isso é tudo
estou esperando
desesperando
aguentando
quem sabe...
- toca o telefone
é você
dizendo que foi um engano...
Izabel Lisboa
sempre cai...
está frio
muito frio...
três da madrugada
a solidão está sentada ao pé da cama
e nem sinal do sol
vou levando
em banho-maria
eu aguento...
está tudo bem
isso é tudo
estou esperando
desesperando
aguentando
quem sabe...
- toca o telefone
é você
dizendo que foi um engano...
Izabel Lisboa
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
menino... sempre menino
doce suave e sensível
assim és menino
embora homem feito
sempre serás menino
dedilhando canções do Vandré ou do Milton
declamando Veríssimo ou Vinícius
coração sempre a saltar-lhe da boca
fruto de suas preciosas raízes
seu sorriso revela-nos sua alma
como um estandarte de resistência
indigna-se diante os absurdos na vida dos homens
das desigualdades que abrem feridas no coração da história
o mundo não entende sua alma
o mundo não estende a alma grande dos homens meninos...
nunca entenderá...
Izabel Lisboa
assim és menino
embora homem feito
sempre serás menino
dedilhando canções do Vandré ou do Milton
declamando Veríssimo ou Vinícius
coração sempre a saltar-lhe da boca
fruto de suas preciosas raízes
seu sorriso revela-nos sua alma
como um estandarte de resistência
indigna-se diante os absurdos na vida dos homens
das desigualdades que abrem feridas no coração da história
o mundo não entende sua alma
o mundo não estende a alma grande dos homens meninos...
nunca entenderá...
Izabel Lisboa
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
sábado, 15 de janeiro de 2011
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
domingo, 9 de janeiro de 2011
resgate
aquele que sussurrou poesias
e despertou em mim fantasias
lançou-me à deriva
em um profundo mar
de enseadas nem sempre calmas
de turbulência e agitação
próprias de mares revoltos
castigados por grandes ondas
por nevoeiros e enormes rochedos
era esse o mar...
era esse o mar em que me fez navegar
e eu me fiz valente
juntei forças não sei de onde
[talvez estivessem sempre lá...]
desbravei esse oceano bravio
lugar do inconsciente
lúgubre e sombrio
habitação de seres e deuses
de criaturas bizarras e terríveis
lá não avistava terra alguma
só ilhas movediças
traiçoeiras
convidavam-me à morte
escapei por sorte
sobrevivi
em fabuloso resgate
[não em taboas de salvação
que isso não havia ali]
alcei vôo
nas asas companheiras da solidão
voltei ao abrigo seguro
do meu sereno coração...
Izabel Lisboa
Izabel Lisboa
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
mil anos de um dia qualquer
- pueril
o dia de ontem
- amanhã
teremos sol
- hoje
lentas e mornas
nuvens esparsas
passam
- a estimativa de vida
almentou
- a eternidade
caduca
sem pressa
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Feliz 2011
khronos urge...
eu sei... mas
com muita disposição
as almas se insurgem
as expectativas ressurgem
e evitaremos a ferrugem!!!
Felicíssimo Ano de 2011
para todos os queridos amigos e visitantes!!!
Izabel
sábado, 25 de dezembro de 2010
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
domingo, 19 de dezembro de 2010
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
justa justiça
tomou-me
[o fora da lei]
enredou-me
enlaçou
abraçou-me
e tocou
desmanchou-me
avolumou-se
engoliu-me
[era justo]
previsões de chuvas e trovoadas
[trovejou choveu faltou luz]
incandesceu-se em mim
ao meio dia
daquelas minhas noites...
Izabel Lisboa
[o fora da lei]
enredou-me
enlaçou
abraçou-me
e tocou
desmanchou-me
avolumou-se
engoliu-me
[era justo]
previsões de chuvas e trovoadas
[trovejou choveu faltou luz]
incandesceu-se em mim
ao meio dia
daquelas minhas noites...
Izabel Lisboa
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
sábado, 11 de dezembro de 2010
fez-se águia
levava no alforge
ampulheta e bússola
queria sob controle o tempo
e certos os rumos traçados
tudo muito bem planejado
calculado medido e pensado
***
mas aquele olhar
aquela fogueira
aquela emoção
não contava com ela
mas pintou...
e se apaixonou pela vida
***
por ela
e por si mesmo
desafiou o tempo
perdeu o rumo
esqueceu a lamúria
o azedume e a amargura
***
não se contentava mais
em somente fazer poesias
fez da vida uma Poesia
não aguardou mais
passivamente
que aves de rapina o elevassem
***
fez-se águia...
ampulheta e bússola
queria sob controle o tempo
e certos os rumos traçados
tudo muito bem planejado
calculado medido e pensado
***
mas aquele olhar
aquela fogueira
aquela emoção
não contava com ela
mas pintou...
e se apaixonou pela vida
***
por ela
e por si mesmo
desafiou o tempo
perdeu o rumo
esqueceu a lamúria
o azedume e a amargura
***
não se contentava mais
em somente fazer poesias
fez da vida uma Poesia
não aguardou mais
passivamente
que aves de rapina o elevassem
***
fez-se águia...
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
SELO
Olá queridos amigos e visitantes desse meu espacinho virtual! Quero partilhar com vocês minha imensa alegria por ter recebido de meu amigo Yon, do Blog “Só Palavras e Cia.” http://yon-sopalavras.blogspot.com/ o selo acima.
O selo traz algumas recomendações:
1ª- Agradecer a quem me presenteou;
2ª- Partilhar 7 coisas sobre mim;
3ª- Escolher 10 Blogs para presentear com o selo.
Agradecimento:
- Yon, querido amigo, estou profundamente emocionada com seu carinho em me presentear com esse selo, que eu sei é sinal de generoso reconhecimento e apreço por meu blog. Atitudes assim como a sua fazem do virtual um espaço mais humano e acolhedor e nos convoca à responsabilidade em multiplicar tais atitudes.
Beijos profundamente agradecidos, muitos e muitos! Bel
Sete coisas sobre mim:
1 - Sou capixaba
2 - Moro com minha mãe (78) e meu filho (22)
3 - Voltei a estudar aos 50 anos de idade
4 – Ainda sonho com uma vida a dois...um dia (rs)
5 – A poesia é para mim fonte de alegria e catarse
6 – Prefiro o inverno ao verão
7 – Um dos meus pratos predileto é arroz com ovo frito (rs)
Blogs que presenteio com esse Selo:
Antonio Jose Rodrigues
http://antoniojoserodrigues.blogspot.com/
Filosofia e Vida
http://blogfilosofiaevida.com/
blogdOjosemariacosta
http://josemariacostaescreveu.blogspot.com/
Essência e Palavras...
http://essenciaepalavras.blogspot.com/
SONHAR e SER
http://www.sonhareser.com.br/
Todos os Sentidos
http://sentidostodos.blogspot.com/
Serras de Minas
http://serrademinas.blogspot.com/
PALÁCIO DAS LETRAS
http://antonioluizgomes.blogspot.com/
Brasil Desnudo
http://brasildesnudo.blogspot.com/
COISAS DO CHICO
http://coisasdochico.blogspot.com/
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Bem-aventurados (Quintana)
http://versoeprosa.ning.com/profiles/blogs/bemaventurados-quintana
Bem-aventurados os pintores escorrendo luz
Que se expressam em verde
Azul
Ocre
Cinza
Zarcão!
Bem-aventurados os músicos...
E os bailarinos
E os mímicos
E os matemáticos...
Cada qual na sua expressão!
Só o poeta é que tem de lidar com a ingrata alheia...
A ingrata linguagem dos homens!
Mário Quintana
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
domingo, 5 de dezembro de 2010
evanescência
era um lindo olhar
preferia sua boca
era mais eficiente
tanto quanto seus braços...
- nas prisões...
escrevia-lhe
com sangue
- quando down...
escrevia-lhe no breu
- no cio...
escrevia-lhe na carne
- odiava-o...
escrevia-lhe verdades
- amava-o...
escrevia-lhe mentiras
-hoje...
não coleciono mais
bolhas de sabão
sábado, 4 de dezembro de 2010
fluiu
mais uma gota
um gole
um olhar
um toque
um lampejo
ondas constantes
no pensamento deslizam
num ir e vir incessante
como nossas idas
e vindas
e os poemas
e os abraços
os cansaços
e nossos laços
nada de embaraços
tudo perfeito
por demais estreito
como aquele leito
onde fui deleite
e não fui atriz
restou o cheiro
ficou o sabor
coisas do amor
que me impregnou
foi o que restou
e eu fui feliz
mestre e aprendiz
daquele lindo amor
que me embriagou
sem plantar porvir
um gole
um olhar
um toque
um lampejo
ondas constantes
no pensamento deslizam
num ir e vir incessante
como nossas idas
e vindas
e os poemas
e os abraços
os cansaços
e nossos laços
nada de embaraços
tudo perfeito
por demais estreito
como aquele leito
onde fui deleite
e não fui atriz
restou o cheiro
ficou o sabor
coisas do amor
que me impregnou
foi o que restou
e eu fui feliz
mestre e aprendiz
daquele lindo amor
que me embriagou
sem plantar porvir
sábado, 27 de novembro de 2010
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
destilada
divino instinto humano
mata[dor] do tempo
devora[dor] das horas
rebuliço de bicho no cio
unhas carne suor
sangue a ferver
sangue a ferver
eros absinto
espalha[dor] de desejos indizíveis
excitante rabo de foguete...
recôncavos e meandros
de um azul tão errante
...
onde a mesquinhez do tempo?!
onde o medo da morte?!
o universo é mais vasto por aqui...
acredite...
Izabel Lisboa
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
terça-feira, 23 de novembro de 2010
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
20 de Novembro, dia Nacional da Consciência Negra
ENCONTREI MINHAS ORIGENS
Encontrei minhas origens
em velhos arquivos
....... livros
encontrei
em malditos objetos
troncos e grilhetas
encontrei minhas origens
no leste
no mar em imundos tumbeiros
encontrei
em doces palavras
...... cantos
em furiosos tambores
....... ritos
encontrei minhas origens
na cor de minha pele
nos lanhos de minha alma
em mim
em minha gente escura
em meus heróis altivos
encontrei
encontrei-as enfim
me encontrei
Oliveira Silveira*
*Professor, poeta e pesquisador gaúcho, Oliveira Ferreira da Silveira foi o idealizador do Dia da Consciência Negra.
Encontrei minhas origens
em velhos arquivos
....... livros
encontrei
em malditos objetos
troncos e grilhetas
encontrei minhas origens
no leste
no mar em imundos tumbeiros
encontrei
em doces palavras
...... cantos
em furiosos tambores
....... ritos
encontrei minhas origens
na cor de minha pele
nos lanhos de minha alma
em mim
em minha gente escura
em meus heróis altivos
encontrei
encontrei-as enfim
me encontrei
Oliveira Silveira*
*Professor, poeta e pesquisador gaúcho, Oliveira Ferreira da Silveira foi o idealizador do Dia da Consciência Negra.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
eram tantas... e nenhuma
quantas pudesse ter
quantas pudessem ser
jovens e maduras
brejeiras e faceiras...
em cada uma delas um encanto
dos quais restaram apenas fugidias lembranças
como a névoa embaçada do cais
como portos visitados e abandonados
delas restaram apenas resquícios na memória
apenas suspiros... ou talvez nem isso
lembranças que surgem em noites de frio e nostalgia
quando a solidão nos aprisiona em seus porões sombrios
onde estaria aquela que seria a única
que concentraria o encanto de todas
que envolveria seu coração
com suave essência de terno amor
e a simplicidade das flores do campo
que o amaria e compreenderia para além das folias
mesmo nas terríveis noites frias de nostalgia
nas coisas mais miúdas do dia a dia
ou nas mais graúdas de noite a noite
e mesmo quando fosse impossível amá-lo
ela lançaria um olhar amoroso
sobre a tragédia de suas dores existenciais
e ainda assim o amaria
talvez ela já tenha estado em seus braços...
passou por ele... e ele não a notou...
ávido de querer a todas...
buscando em cada uma delas um seixo de ouro
e no entanto
ele esteve com a preciosa jóia entre as mãos...
e nem notou...
só o vazio
o passado
as memórias
as lembranças...
foi tudo o que enfim restou...
Izabel Lisboa
quantas pudessem ser
jovens e maduras
brejeiras e faceiras...
em cada uma delas um encanto
dos quais restaram apenas fugidias lembranças
como a névoa embaçada do cais
como portos visitados e abandonados
delas restaram apenas resquícios na memória
apenas suspiros... ou talvez nem isso
lembranças que surgem em noites de frio e nostalgia
quando a solidão nos aprisiona em seus porões sombrios
onde estaria aquela que seria a única
que concentraria o encanto de todas
que envolveria seu coração
com suave essência de terno amor
e a simplicidade das flores do campo
que o amaria e compreenderia para além das folias
mesmo nas terríveis noites frias de nostalgia
nas coisas mais miúdas do dia a dia
ou nas mais graúdas de noite a noite
e mesmo quando fosse impossível amá-lo
ela lançaria um olhar amoroso
sobre a tragédia de suas dores existenciais
e ainda assim o amaria
talvez ela já tenha estado em seus braços...
passou por ele... e ele não a notou...
ávido de querer a todas...
buscando em cada uma delas um seixo de ouro
e no entanto
ele esteve com a preciosa jóia entre as mãos...
e nem notou...
só o vazio
o passado
as memórias
as lembranças...
foi tudo o que enfim restou...
Izabel Lisboa
domingo, 14 de novembro de 2010
essência
dia desses despertei feliz
não é raro
sempre acontece...
e se meus pés não me seguram
eu vôo até o sol
nesse dia eu percebi
que nada se pode fazer
quando a alma se agiganta
nada se tem a perder
quando a vida nos encanta
e se a razão me viesse incomodar
insistentemente me questionar
sobre a transcendência
e a imanência
e a clarividência
e a impotência
e todas as demais ências
eu de pronto responderia
que o que eu preciso mesmo meu Deus
é de paciência
para compreender
que essa incômoda e sempre atual ausência
é o que movimenta em mim
a mais pura e sublime essência
dia desses despertei feliz
não é raro
sempre acontece...
não é raro
sempre acontece...
e se meus pés não me seguram
eu vôo até o sol
nesse dia eu percebi
que nada se pode fazer
quando a alma se agiganta
nada se tem a perder
quando a vida nos encanta
e se a razão me viesse incomodar
insistentemente me questionar
sobre a transcendência
e a imanência
e a clarividência
e a impotência
e todas as demais ências
eu de pronto responderia
que o que eu preciso mesmo meu Deus
é de paciência
para compreender
que essa incômoda e sempre atual ausência
é o que movimenta em mim
a mais pura e sublime essência
dia desses despertei feliz
não é raro
sempre acontece...
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
pé de beijo
plantei na terra
arada de um
vaso cardíaco um
pé de flor de beijo
as florinhas
miúdas que enfeitam
o corpo da planta
encantam
doce esse
meu jardim...
de macios beijos a
florir aqui e ali
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